F-Zero

Ande na ponta dos dedos com um dos melhores games de nave da história
Se você está convencido de que Need for Speed: Underground (2003) é o ápice da jogabilidade vertiginosa e da sensação de velocidade imersiva, experimente F-Zero (1990). O game, lançado no mesmo dia de Super Mario World (1990), compõe a primeira remessa de títulos do Super Nintendo.

F-Zero é até hoje a mais popular série de corrida futurista. As naves turbinadas e o ambiente jetsoniano do século XXVI lembram um pouco Speed Racer (1998) e Star Wars: Episode I Racer (1999). No entanto, ao contrário dos outros dois, F-Zero tem uma história pobre: no ano de 2560 a humanidade explora outras galáxias e comercializa com outros mundos. Em meio a estes cosmos utópico, multimilionários de todo o universo organizam um torneio de naves de corrida. A este campeonato dá-se o nome de F-Zero.

O enredo pouco importa. O game é mais que um jogo - é um conceito. Assim como Super Mario 64 (1996) apresentou o potencial do Nintendo 64 e Wii Sports (2006) inaugurou o show de inovação do último console (e controle) da Nintendo, F-Zero ciceroneou os fãs ao mundo dos 16 bits.

Gráficos

Mode 7 é um chip que acompanha o Super Nintendo e é capaz de rotacionar certos gráficos. No caso de F-Zero, a própria pista (o que não acontece em Top Gear (1992), por exemplo, onde é impossível fazer um 360° com o carro). Essa liberdade de movimentação gerou um dos mais bacanas e impressionantes pseudos 3D da era de ouro.

Com exceção do circuito, todo o restante do game é construído através de sprites pré-renderizados. As naves são detalhadas, mas ocupam pouco espaço na tela, o que engrandece um pouco mais o mundo de F-Zero. Os cenários estão longe do que o Super Nintendo ainda seria capaz de fazer - os backgrounds são esquisitos e as pistas são absolutamente planas.

Som

A música do jogo é decente, e apenas isto. Tudo bem que há ótimas canções, como Death Wind, mas a maior parte é simplesmente mediana.

É visível que a Nintendo se preocupou muito mais com a jogabilidade de F-Zero do que com os outros aspectos técnicos. O ronco dos motores, por exemplo, não remete a máquinas futuristas. Se você escutar alguém jogando F-Zero, pode até pensar que trata-se um game de automobilismo genérico.

Jogabilidade

Eis o ponto forte do clássico. Como dito, a sensação de velocidade de F-Zero é embriagante. Você quase não pisca entre uma curva e outra. Isso seria péssimo se significasse uma trombada na lateral da pista a cada cinco segundos, mas não é o que se vê. As naves fazem a curva muito rápido, e a pista propositalmente larga mantém o piloto com o pé preso no acelerador. Na verdade, vários estágios podem ser completados com sucesso sem pisar no freio.

A velocidade chega aos 350 km/h, mas quando o nitro é acionado (Top Gear, alguém?) os veículos flertam com a casa dos 500 km/h. O melhor é que esse frenetismo não é atrapalhado por slowdowns - é comum a tela ser ocupada por cinco, seis carros sem significar queda no desempenho. Essa é o bônus por usar gráficos simples.

Conclusão

F-Zero garante ótimos minutos de diversão. Mesmo quem está desacostumado a revisitar os 16 bits pode se surpreender com o título. Ao somar mais de um milhão de cópias vendidas, F-Zero mostrou que a Nintendo sabe o que faz mesmo fora dos gêneros de plataforma e ação.

As quinze pistas de F-Zero e seu visual inconfudível ajudaram a catapultar a estréia de um dos consoles mais bem sucedidos da Nintendo e, ao lado de Super Mario World, assinou a declaração de guerra contra o contemporâneo Mega Drive, da Sega.

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