E.V.O.: Search for Eden

O game que antecedeu Spore.

Desde Sim City (1989), a capacidade criativa de Will Wright é celebrada. Justo. Mas sejamos francos: Spore, o último hit do feioso, não é uma idéia totalmente original. Há dezesseis distantes anos, as prateleiras das videolocadoras abrigavam um dos games mais criativos daquela geração: E.V.O.: Search for Eden (1992).

Reconhece o nome? Provavelmente não - o título não fez muito sucesso. Confesso que eu mesmo desconhecia o game até um mês atrás, quando um colega de faculdade me apresentou. Lançado em 1992 pela Enix, apresenta a luta de um animal (sem nome) pela sobrevivência. No entanto, o desafio do jogo é mesmo chegar ao ápice da pirâmide evolutiva.

Para que isso aconteça, vale a lei do mais forte. O protagonista começa peixe, e depois de superar lulas e tubarões, vira anfíbio. E por aí vai. O importante é destruir tudo o que aparecer pela frente. O mistério é saber como o bicho se reproduz assexuadamente.

Gráficos

Spore E.V.O. acontece em ambientes bidimensionais, entremeados por belos backgrounds. Os cenários são convincentes, ainda que repetitivos - você passa por cinco, seis fases parecidas em sequência.

Em compensação, o visual do protagonista é um show à parte. Não consigo lembrar de um game da Era de Ouro em que a diversidade de "skins" seja tão grande. Cada vez que o personagem evolui, ganha barbatanas, chifres, novas patas e por aí vai. E todas essas mudanças são bastante visíveis e eficazes - só de olhar a nova cara do animal você estima quais atributos melhoraram e quais pioraram.

Som

A parte sonora não merece destaque. Assim como os gráficos, peca por ser repetitiva. Você escuta a mesma - chata - música durante fases seguidas.

Os efeitos sonoros também não chamam a atenção - momentos cruciais como a evolução poderiam ter efeitos de áudio e visual bem bacanas, mas a Enix contentou-se com um simples brilho entre uma espécie e outra.

Jogabilidade

O jogo começa devagar. Beeeem devagar, para falar a verdade. O personagem inicial é lerdo, fraco e desprotegido. Conforme você "compra" upgrades, ele se torna cada vez mais evoluído.

Felizmente não demanda muito tempo para que o peixinho ridículo do começo se torne um poderoso tubarão; ou o lento réptil se torne um imponente dinossauro.

Mesmo assim os controles são limitados. Os ataques são pouco numerosos: em geral você só pode morder e pular sobre os inimigos à la Mario. Dá para adquirir uns cornos e partir pras chifradas, mas eles não duram muito tempo. Outra coisa chata é que a altura dos pulos não pode ser controlada - mesmo dando um toquinho no B, o protagonista se esforça para deslocar-se o mais distante possível do chão. Isso atrapalha um bocado em certos momentos.

Conclusão

Spore está longe de ser um jogão, mas tem o mérito de ter antecipado uma idéia que só estourou vários anos depois. Pena que um dos títulos mais criativos da finada Enix jamais tenha recebido o devido reconhecimento.

3 comentários:

Anônimo disse...

Nossa, este jogo é maravilhoso, recomendo que joguem, me considero uma pessoa de sorte por ter tido a oportunidade de já ter jogado e fechado esta pérola, pena que o mesmo é tão pouco conhecido.

Anônimo disse...

parabéns pelo review, vamos ver se vai sair a tradução deste jogo por Fallen e Tiozinho.

Tiozinho da Telesena disse...

Lançamos a tradução desse jogo para o português do Brasil.

http://www.romhackers.org/modules/PDdownloads/singlefile.php?cid=28&lid=941

Att.,

Tiozinho da Telesena