Muito sangue derramado na segunda aventura de Soma Cruz
Da tríade de Castlevanias para Game Boy Advance, Aria of Sorrow é o melhor. O mix bem feito de ação, RPG e plataforma bidimensional, consagrado em Symphony of the Night, faz os caninos dos fanboys cuspirem sangue. Então é natural que a Konami tenha estreado a série no Nintendo DS reciclando a velha fórmula, com Castlevania: Dawn of Sorrow.Confesso que a empresa deu uma disfarçada nessa reciclagem. Ao ligar o portátil, você se depara com uma animação que mostra o velho protagonista Soma Cruz, com traços que parecem ter sido tirados de um anime, lutando contra novas bestas romenas. Para quem está acostumado aos sprites renascentistas e andrógenos dos games anteriores, é um baque. Mas o susto é breve, pois a história é mera continuação de Aria of Sorrow.
Para quem não sabe, Soma Cruz é a reencarnação do conde Drácula. Isso não agrada em nada Celia Fortner, uma bruxa que pretende matar Soma para que a alma fuderosa do lorde das trevas reencarne em alguém disposto a condenar o planeta a uma era de escuridão. Personagens antigos como Hammer e Julius marcam presença, para que ninguém estranhe a ausência de um castelo. É isso mesmo! Soma Cruz perambula por corredores, catedrais e estufas, mas elas não formam exatamente um castelo, mas um complexo de ruínas. O Castlevania perde um pouco o sentido, né?
Quem sente saudades do sistema de souls de Aria pode comemorar - elas voltam, e melhores! Ao contrárias das dezenas de almas descartáveis do game de GBA, as novas souls foram tratadas com carinho pelos programadores. Resultado: uma eterna dúvida entre qual é a melhor em cada momento. Os apertões no start só não se tornam freqüentes pois agora é possível revezar entre dois conjuntos de armas e almas apertando apenas um botão.
As duas telas facilitam a jogabilidade, que já é um dos pontos fortes da série. A tela de baixo mostra a ação, enquanto a de cima pode revezar entre os status e o mapa. O recurso de toque é pouco usado, ainda que em momentos cruciais, como ao dar o golpe final nos chefões.
Outro ponto positivo é a curva de dificuldade do game. Quem é fã da série sabe como, desde Symphony of the Night, a aventura começa difícil, com um protagonista desprotegido, e se torna cada vez mais fácil, à medida que o caçador de vampiros adquire armas e habilidades apelonas. Os monstros de Aria of Sorrow foram feitos para segurar com maestria os combos fuderosos de Soma Cruz. Se bobear, você ganha game over.
A música está acima da média. A trilha sonora das duas primeiras áreas é muito boa, e as restantes não decepcionam. Os efeitos sonoros dos inimigos morrendo em Castlevania são patrimônio da humanidade desde sempre.
Enfim, Aria of Sorrow é uma inspirada seqüência da série vampiresca. Vale a pena.
Um comentário:
Ao Francisco Machado, confira em nossa página a tradução em Português do Castlevania Dawn of Sorrow de Nintendo DS! ;)
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